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Foto do escritorDaniel Gasnier

A ética da Privacidade


A civilização nos acostumou ao privilégio da privacidade. Confiando neste "luxo", informamos nosso nome para qualquer um e, sem qualquer preocupação, fornecemos o número do telefone logo que conhecemos algumas pessoas, comentamos algum detalhe pessoal para estranhos ou mencionamos algum patrimônio que possuímos num circulo de conhecidos. Por outro lado, alguns segredos não comentamos nem aos amigos mais próximos, mas digitamos no computador ou, mesmo sem saber, seu filho disponibiliza ingenuamente informações familiares na internet.

O que é (ou era) a privacidade?

Privacidade é o controle que alguém tem da informação sobre si.

O fato é que frequentemente cedemos informação em virtude da confiança. Daí, quando avaliamos esta confiança, percebemos que existem diferente graus de intimidade, que sustentam e reforçam nossas relações, sejam estas de caráter profissional ou pessoal, ou sejam como colegas, amigos ou familiares.

Esta confiança pode ser comprometida, e julgando situação similares o jurista Charles Fried afirmou que ao perder o controle sobre informações que consideramos muito relevantes, o sentimento que prevalece é de que perdemos nossa individualidade, e então a identidade se vai. Trata-se de uma situação de grande prejuízo, onde pessoas estão sendo prejudicadas, portanto um caso de ética.

A ética da privacidade é assunto muito sério porque nos impõe dilemas: Quando publicarmos informações reservadas podemos, sabendo ou não, prejudicar a outra parte.

  • Que direito alguém tem de ceder informações não autorizadas pelo interessado?

  • Da mesma forma, poderiam os médicos e advogados compartilhar informações confiadas pelos seus clientes?

  • Pode um professor publicar abertamente em quadros de avisos as notas de seus alunos?

  • Posso emprestar minha senha profissional para um colega de trabalho?

  • Que lhe parece a atitude dos paparazi, que invadem a privacidade de artistas famosos? Ou programas "cômicos" de televisão, que expõem pessoas em situações vexatórias?

  • O que você pensa de governos que avançam sobre privilégio da privacidade em nome da segurança nacional? Quando é justo e quando é abuso?

  • A Intel tem o direito de incluir a identificação digital de seus chips? (diversos usuários repudiaram esta funcionalidade, pois delatariam sua identidade real, e a empresa recuou neste recurso).

  • Será que todos os clientes autorizaram que produtos portadores de etiquetas RFID cedam compulsoriamente informações aos respectivos fabricantes?

  • Com que direito as pessoas gravam ligações telefônicas ou utilizam viva-voz sem pedir autorização?

  • Permitimos celulares que fotografam e filmam em qualquer lugar, publico ou privado?

  • Qual é a fonte do conteúdo que a internet disponibiliza sobre você?

Para refletirmos: Nestes tempos modernos, será que estamos atentos aos nossos direitos de privacidade ou estamos baixando a guarda? E quais podem ser as consequências destes atos?


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